Sobre a obra

A inspiração inicial veio do livro Dois Fios, de Pep Molist, com seu menino e sua locomotiva de papelão em busca de memórias. Mas nós fomos além da página. Em fevereiro de 2022, nossa trupe embarcou em uma missão: transformar a ficção em experiência visceral.

Viajamos pela histórica Estrada de Ferro Vitória a Minas, uma veia aberta que ainda pulsa com a vida de milhares de passageiros diários. De Belo Horizonte a Vitória, passando por cidades como Periquito, Baixo Guandu e Conselheiro Pena, nossos atores-contadores de histórias desceram nas plataformas para fazer a escuta mais importante: a das pessoas.

Coletamos causos, encontramos personagens reais e nos impressionamos com a relação de amor e resistência dessas comunidades com os trilhos. Mas a viagem também revelou uma ferida: o impacto profundo das grandes empresas e a sombra dos acidentes ambientais que ressignificaram o Rio Doce e a vida de todos à sua volta.

Desse caldeirão de emoções, lendas e realidade brutal, nasce "A Garota que Guiava Trens, no de repente de uma tragédia sem tamanho".

O espetáculo acompanha a jornada de uma maquinista cuja vida é virada de cabeça para baixo por uma catástrofe. Fora dos trilhos previsíveis, ela é obrigada a reencontrar seu caminho e ressignificar seu lugar no mundo.

A Cia A DitaCuja convida o público a uma reflexão poderosa sobre destino, comunidade e as marcas que carregamos — e que nos tornamos — após a travessia de uma grande tempestade.