Sobre a obra

Em um mundo silencioso, resta apenas um homem! Em FINDA, trabalho solo do artista Flávio Racy, presenciamos a jornada de reflexão sobre solidão, colapso e recomeço no formato de um espetáculo de teatro de animação.

A Cia. A DitaCuja mergulha na técnica dos bonecos híbridos—onde o corpo do ator e a forma do boneco se fundem em uma única existência—para narrar a história de um sobrevivente em um universo pós-apocalíptico.

Preso em um bunker, ele acredita ser o último ser humano. Sua rotina é quebrada apenas por tarefas repetitivas e pelos fantasmas de sua própria mente. À medida que os dias se arrastam, a linha da realidade se dissolve. Ele é um prisioneiro de seu próprio refúgio—e talvez, o último responsável pela catástrofe que o levou até ali.

Aqui, a linguagem cênica ganha camadas profundas. Flávio Racy não apenas manipula o boneco, mas torna-se parte dele. Com um boneco que replica seu próprio rosto, o ator manipula a si mesmo, num jogo metafórico entre o que resta de humano e as memórias que assombram seu personagem. É uma simbiose rara de técnica e emotividade, onde o manipulador e o manipulado são um só.

Com direção de Michelle Maria, FINDA é mais do que um espetáculo: é uma experiência intensa e claustrofóbica que questiona os limites da sanidade e da arte.

Há mais de 18 anos, a Cia. A DitaCuja se dedica a cruzar fronteiras artísticas, investigando novas linguagens por meio de dramaturgia própria. De palhaçaria a teatro lambe-lambe, de sombras a performances de rua, o grupo agora se debruça sobre o universo do boneco híbrido—e convida o público a testemunhar o resultado dessa ousada investigação cênica.