Nossa história contada passo a passo.
A Cia A DitaCuja já entrou 2024 com espetáculo na estrada! O grupo realiza de março a junho, uma circulação por nove cidades do interior paulista com apresentações do espetáculo “A Garota que guiava trens, no de repente de uma tragédia sem tamanho”, além de uma oficina voltada ao trabalho com bonecos em cena.
Criado a partir de histórias recolhidas durante uma viagem da Cia. A DitaCuja ao longo de uma das últimas linhas férreas do Brasil a manter o transporte diário de passageiros — a Estrada de Ferro Vitória a Minas —, o espetáculo traz à tona a relação das cidades e seus moradores com o impacto provocado pelas grandes empresas da região, tanto no seu desenvolvimento quanto na história recente do Rio Doce e os acidentes ambientais que mudaram não só a paisagem, mas as cidades do entorno.
Na obra, uma jovem maquinista de trem segue a profissão “herdada” de várias gerações de mulheres da família e se questiona sobre os trilhos do seu destino enquanto segue sua rotina, encontrando figuras marcantes pelo caminho. Um acontecimento inesperado, no entanto, muda o curso da sua história e de todos pelo caminho.
Espetáculo crítico, “A Garota que guiava trens, no de repente de uma tragédia sem tamanho” convida todos à reflexão. “Abordar temas críticos num espetáculo teatral é extremamente agregador, faz diferença, principalmente para a juventude, ainda em processo de formação intelectual, vivendo o momento de começar a olhar para o contexto social em que está inserido. Quem desenvolve a habilidade de filtrar o que recebe de fora, a partir de uma ótica mais humanista, com princípios éticos e de diversidade, torna-se capaz de posicionar-se ante à vida em sociedade e protagonizar sua própria história. Esse é o papel do teatro, esse é o nosso trabalho”, diz a atriz e dramaturga Monalisa Machado.
Integram o elenco também: Michelle Maria, Rafa Touso, Monalisa Machado e Tânia Alonso, que também assina a direção junto com Flávio Racy. A trilha sonora foi criada por Guilherme A.B.C. Ishie, os figurinos são assinados por Zezé Cherubini e a cenografia e desenho de luz são criação de Flávio Racy. A produção executiva é de Bárbara Monsignore e Flávio Racy, assessoria de imprensa e redes de Michelle Maria e Tatiana Constantini e produção geral de Subverta Ateliê de Criação, Produção e Comunicação.
As atividades serão realizadas gratuitamente por meio de premiação no Edital Proac 2023 – Circulação de Espetáculos Teatrais do Governo do Estado de São Paulo e Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo e estarão presentes em nove cidades do interior paulista: São José dos Campos, Americana, Ubatuba, Campinas, Indaiatuba, São José do Rio Preto, Pitangueiras, Mairiporã e Pirassununga.
A PESQUISA
A montagem foi teve início com uma viagem ao longo de uma das últimas linhas férreas do Brasil a manter o transporte diário de passageiros, a Estrada de Ferro Vitória a Minas, que conduz cerca de 3 mil passageiros por dia ao longo do Rio Doce em Minas Gerais e Espírito Santo.
O objetivo dessa viagem foi ouvir e colher histórias ao longo do caminho de ferro. Os municípios visitados durante a viagem para a pesquisa de campo foram: Belo Horizonte - MG; Periquito - MG; Conselheiro Pena - MG; Barão de Cocais - MG; Timóteo - MG; Baixo Guandu - ES e Vitória – ES, cada qual com sua particularidade em termos históricos, geográficos, culturais e econômicos. Em cada cidade, os atores do projeto, que também são contadores de histórias, realizaram encontros com os moradores da cidade, recolhendo histórias, encontrando personagens e buscando inspirações a partir das suas relações com a ferrovia.
A pesquisa de campo trouxe à tona a relação das cidades e seus moradores com o impacto provocado pelas grandes empresas da região tanto no seu desenvolvimento quanto na história recente do Rio Doce e os acidentes ambientais que mudaram a paisagem do seu entorno e das cidades que seguem seu caminho, estabelecendo o eixo condutor da obra, uma tragédia sem tamanho que acontece ao longo do caminho da protagonista, uma maquinista de trem que é retirada de sua rotina e acaba mudando a sua visão de mundo.
CIA A DITACUJA E OS BONECOS HÍBRIDOS
Em seus mais de 17 anos de atividade, a Cia A DitaCuja sempre criou espetáculos a partir de pesquisas temáticas, de linguagens e dramaturgia própria, baseadas em processos criativos que deram origem a obras infantis, adultas, de ocupação, de palhaçaria e para a rua.
Simultaneamente, o grupo desenvolve pesquisas em performance e teatro de animação, a partir do teatro lambe-lambe, teatro de sombras e agora também com o boneco híbrido, utilizado no espetáculo.
Nesta técnica teatral, o ator é manipulador de um boneco que se mistura ao seu próprio corpo — em um ato de simbiose — dando forma à performance com elementos de ambos misturados. No jogo do espetáculo, boneco e elenco misturam-se em um hibridismo que começa no corpo e transcende percepções.
BONECANDO – INTRODUÇÃO AO TEATRO DE ANIMAÇÃO
Além da apresentação, o grupo também realiza a oficina “Bonecando – Introdução ao teatro de animação”, destinada a interessados em geral e praticantes das artes cênicas e que tem por objetivo, proporcionar uma experiência no universo do teatro de animação.
A partir de exercícios práticos os participantes terão contato com as técnicas bases para manipulação de bonecos e criação de cenas de teatro de animação. A oficina foi idealizada a partir da própria vivência do grupo com exercícios e jogos praticados em sala de ensaio.