Sobre a obra
A Cia. A DitaCuja, nos seus quinze anos de atividade, cria espetáculos a partir de pesquisas específicas, desenvolvendo linguagens e dramaturgias próprias, baseadas em nossos processos criativos. Mesmo quando partimos de um texto pré-concebido obra literária, o grupo procura trazer o trabalho do autor para as inquietações que provocam o nosso trabalho e que são expressos em nossas montagens.
Simultaneamente, o grupo desenvolve pesquisas acerca da performance, palhaçaria e também do teatro de formas animadas, tendo esse último resultado na fundação do núcleo Teatro de Caixeiros, que pesquisa teatro lambe-lambe, o teatro em miniatura dentro de caixas. Esse trabalho nos levou a pesquisa de técnicas de formas animadas, atualmente em estudo no grupo, conduzidos pelo artista Flávio Racy.
Desenvolvemos experimentos a partir de várias técnicas como bonecos híbridos, sombras, marionetes de fios e bonecos de manipulação direta. Agora avançamos na pesquisa com a montagem de “Pequenópolis e o Gigante Bailarino”, espetáculo de teatro em miniatura com uso de variadas técnicas das formas animadas, autômatos, pop ups e poéticas.
A obra foi concebida a partir do conto homônimo da autora Monalisa Machado e é apresentado dentro de uma mala para público preferencialmente infantil, adaptável a espaços não convencionais, áreas de convivência, etc.
Utiliza-se de elementos variados do teatro de formas animadas como sombras, marionete e bonecos de manipulação direta, e traquitanas dão origem a diversos cenários, objetos e personagens, para contar a história da difícil relação entre um gigante míope e a vizinha aldeia de Pequenópolis que sofre com as visitas do gigante que nada enxerga. Uma mala reconstruída funciona como palco para que as cenas se desenvolvam e coloca a obra dentro do universo em miniatura.
Os bonecos nos auxiliam no caminhar da proposta que parte do território da infância sem travas, que se abstrai e se permite transitar entre o real e o imaginário, por vezes sem nem perceber os limites, e o campo adulto onde a lógica e a necessidade de coerência nos amarra dentro do conceito de normalidade. Vivenciar essa proposta é seguir no caminhar do nosso trabalho e aprofundar nossas pesquisas em busca de técnicas e linguagens que nos permitam potencializar ao máximo nossos espetáculos e o diálogo com nosso público.